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Desde que o Rio de Janeiro foi anunciado como sede das Olimpíadas 2016, intensificaram-se as pressões para a remoção total da Vila Autódromo, assentamento popular localizado ao lado da área onde seria construído o Parque Olímpico. Contra a Vila Autódromo, se erguiam Prefeitura da Cidade, Governo do Estado, grandes empreiteiras e incorporadoras imobiliárias, entre outros agentes, quase sempre com forte apoio da grande mídia.
Ao longo deste livro, veremos como a ação organizada dos moradores de Vila Autódromo enfrentou essas pressões e como se articulou com outros agentes que se posicionavam contra a forma como as decisões sobre as Olimpíadas eram impostas à população. Entre eles, movimentos populares por moradia, coletivos organizados de moradores ameaçados de remoção e, especialmente, o Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas, que terminou por adotar a luta dos moradores como o símbolo da resistência à remoção com a campanha “Viva a Vila Autódromo!”.
A longa saga da Vila Autódromo envolveu disputas no campo jurídico com apoio da Defensoria Pública, a realização de eventos, festas e manifestações, a discussão com autoridades municipais e, também, a elaboração de um plano popular alternativo que comprovava a possibilidade de permanência da comunidade, mesmo com a realização das Olimpíadas no terreno vizinho.
Na luta pelo direito de permanência e à moradia digna na Vila Autódromo, moradores e apoiadores foram se transformando, assumindo um compromisso ainda maior com a promoção da justiça social na produção do espaço urbano carioca. A luta da Vila Autódromo é hoje a luta dos moradores de assentamentos de baixa renda ameaçados de remoção no Horto, Vargem Grande, Barra de Guaratiba, Ilha do Governador, Rio das Pedras e outros bairros e localidades no Rio de Janeiro
e no Brasil.

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O livro Cartografias dos Conflitos: Rio de Janeiro é uma obra coletiva que reúne contribuições de pesquisadores do laboratório Estado, Trabalho, Território e Natureza (ETTERN), do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR) da UFRJ e do laboratório Grandes Projetos de Desenvolvimento Urbano (GPDU), do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU) da UFF, vinculados ao Projeto de Pesquisa “Planejamento e Conflitos Urbanos: Experiências de planejamento urbano em contextos de conflito social”, apoiado pela Fundação Ford e desenvolvido no período 2015 a 2019

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Cidade, conflito e planejamento, é disto que trata este livro.
Pode e deve ser lido por especialista. Pode e deve ser lido por leigos.
Mas deve ser lido sobretudo pelos que estão engajados nas lutas por uma cidade mais justa e igualitária, emancipada e emancipatória.
Não traz modelos nem receitas, mas traz experiências inspiradoras, que mostram ser possível reinventar nossas cidades e nosso planejamento através do conflito e da ação coletiva no espaço público, isto é, da política.

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Nos últimos anos, megaeventos – especialmente a Copa do Mundo, as Olimpíadas e exposições internacionais – puseram em ação todos os tipos de capital, reconfiguraram escalas territoriais de poder e produziram uma retórica sobre competitividade, urbanismo e cidades globais que proclama uma convergência entre interesses públicos e privados.

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