Os investimentos em renovação urbana em Nova Iorque nas décadas de 1940 e 1950 impulsionaram movimentos que reivindicavam processos de planejamento mais democráticos e centrados em organizações comunitárias. No Brasil, mobilizações semelhantes emergiram nos anos 1970, especialmente a partir dos movimentos de moradia em São Paulo e de conflitos fundiários urbanos e rurais, que fomentaram experiências de planejamento popular como forma de ação política. Nos últimos anos, diante de políticas estatais e privadas que intensificaram processos de despossessão da população de baixa renda, novas formas de resistência têm se fortalecido, articulando práticas autônomas e solidárias de enfrentamento.

 

O projeto propõe identificar e analisar experiências brasileiras de planejamento e assessoria popular vinculadas a lutas pela terra e resistências à remoção e à desterritorialização. A pesquisa busca compreender a diversidade de contextos, metodologias e agentes envolvidos, contribuindo para a sistematização e teorização dessas práticas. Para isso, o trabalho será desenvolvido em duas etapas: o levantamento das experiências e de seus contextos de conflito, seguido de estudos multicaso com análises temáticas voltadas à compreensão crítica dos repertórios de ação e das dinâmicas socioterritoriais associadas